Nos últimos anos, o conceito de empreendedorismo periférico vem se destacando pelo seu papel de transformação em comunidades de grandes cidades do Brasil e do mundo. Mas, quais seus desafios e capacidade de inovação?
Usando a criatividade para buscar novas formas de empreender e, ao mesmo tempo, agregar valor social às iniciativas, os projetos de empreendedorismo na periferia são um excelente exemplo de capacidade de inovação em cenários desafiadores.
E diante dos desafios econômicos, sociais e ambientais que enfrentamos, o empreendedorismo periférico pode servir como inspiração para quem busca fazer a diferença com suas ideias empreendedoras.
Por isso, a seguir, explicamos o conceito de empreendedorismo periférico, a sua importância no Brasil e os principais desafios enfrentados pelos projetos considerados referência no assunto. Confira!
Empreendedorismo periférico: o que é?
O empreendedorismo periférico é um conceito que se refere a projetos de negócios inovadores que têm como foco a atuação em comunidades em vulnerabilidade econômica e social.
São ideias que, essencialmente, geram impacto positivo nas comunidades em que se inserem. As melhorias podem se dar na forma de geração de emprego e renda, oferta de atividades educativas e profissionalizantes, preservação ambiental, entre outras.
Os projetos de empreendedorismo periférico têm como protagonistas pessoas inseridas na realidade das comunidades e são pensados para o benefício de todas que vivem nesses espaços.
Assim, o diferencial desses negócios é que existe o propósito de inovar para solucionar problemas socioambientais em regiões tradicionalmente marginalizadas da sociedade.
Logo, por visar uma transformação contínua e profunda nas comunidades, e por prescindir de pessoas inseridas nelas, o empreendedorismo na periferia não pode ser substituído pelo auxílio financeiro de uma grande empresa, que atua de forma pontual e pode optar por interromper sua colaboração a qualquer momento.
Além disso, o empreendedorismo periférico não depende de doações para se manter e prosperar. Por se tratarem de empresas, a renda obtida também vem da venda de produtos e serviços que os projetos oferecem.
Em um país como o Brasil, com graves problemas de desigualdade, o empreendedorismo na periferia pode gerar transformações relevantes nas comunidades impactadas pelos projetos. Vamos falar mais sobre isso no tópico a seguir!
A importância do empreendedorismo periférico no Brasil
No Brasil, as ações de empreendedorismo periférico começaram a se destacar nos anos 1990, em uma época de redução dos investimentos do Estado brasileiro nas periferias. Para suprir necessidades e carências das comunidades, as pessoas residentes desses lugares passaram a se organizar e criar pequenos negócios.
Desde então, muitos projetos surgiram, a partir das vocações de diferentes pessoas motivadas a empreender e ajudar a transformar a realidade das comunidades em que vivem.
Algumas das áreas mais contempladas pelas atividades do empreendedorismo periférico são: a geração de renda, educação de jovens e adultos, valorização cultural, preservação do meio ambiente, profissionalização e a proteção à infância.
Com isso, os projetos conseguem interferir diretamente na realidade das pessoas que mais precisam e melhorar as condições de vida da comunidade como um todo.
Quais os principais desafios?
As dificuldades de quem busca empreender na periferia não são as mesmas de quem empreende em outros contextos sociais.
Em 2021, uma pesquisa realizada pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo mostrou como as desigualdades sociais se refletem no empreendedorismo realizado em comunidades periféricas.
Os resultados apontaram que esses negócios têm, em média, 37 vezes menos capital do que os realizados fora das periferias. Já as receitas obtidas são, em média, 21 vezes menores em empresas periféricas.
Outro desafio se dá na adaptação do empreendedorismo periférico à transformação digital pela qual a nossa sociedade passou nos últimos anos. Hoje, é fundamental integrar a atuação dos negócios ao contexto da tecnologia para elevar o seu potencial de impacto nas comunidades.
Nesse cenário, o surgimento de inúmeras startups de sucesso nos últimos 10 anos serve de inspiração para projetos de empreendedorismo periférico. As startups obtiveram reconhecimento justamente por aliar tecnologia e inovação para superar a falta de capital de investimento inicial.
Aceleração na periferia: como a Semente atua em seus projetos?
O conceito de aceleração ficou muito conhecido com as startups que surgiram nos últimos anos.
No contexto das startups, a aceleração, basicamente, funciona da seguinte forma: uma ideia inovadora é identificada por uma empresa ou por um grupo de investidores. Esse grupo, por sua vez, ajuda a startup a conseguir apoio técnico, financeiro e de gestão, o que possibilita fazer uma estruturação do negócio.
Na prática, a aceleração consiste em um processo de desenvolvimento, planejamento, testes de modelos e design sprint para o negócio. Esse processo permite traçar as alternativas mais viáveis para transformar ideias inovadoras em empresas de impacto.
Para o empreendedorismo periférico, a aceleração pode ser uma grande oportunidade de validar uma ideia e implementá-la, mesmo com poucos recursos. Além disso, os negócios atuam de forma mais estruturada e podem alcançar o seu máximo potencial.
O programa de aceleração VAI TEC, por exemplo, é uma iniciativa promovida pela Prefeitura de São Paulo, Ade Sampa e execução metodológica da Semente Negócios. A incentiva visa aceleração de negócios de base tecnológica nas periferias da cidade. Confira o depoimento de Ary Scarpin Jr., da Ade Sampa.
Assim como o VAITEC, a Semente Negócios atua na promoção do empreendedorismo periférico em outros estados no Brasil. Saiba mais sobre a nossa atuação e os resultados alcançados!
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